terça-feira, 23 de novembro de 2010

continuação do livro "Brasil 500 Mil"

           IV - A Descoberta Real
Brasil que em 1500 foi achado e desprezado
Para em 1800 ser descoberto pela lusa família real
Janelas e portas abertas para o mundo
E pelos portos ingressam missões culturais
Retratando e difundindo para as vistas d'além mar
A terra de Pindorama de palmeiras colossais
A cor local em nuanças divinais
Salve o coroado João, salve o primeiro Pedro
                   Salve o Pedro brasileiro
Responsáveis pelo legado que chega aos nossos dias
"-Eu fico!..." Não há quem me tire daqui!...
Levando ao mundo a notícia alvissareira
Glorificando os limites da fronteira
Larga fronteira que vem dos Andes ao beija-mar
Matando de espanto a horda dominante
Indignada por não querer perder o poder




          V - As Crenças
Concreto sincretismo contrastante nas crenças e nos rituais
Onde a cruz e o amuleto se confundem e se fundem
Unindo forças que se entrechocam e se somam
Nos terreiros pagãos e nas grandes catedrais
Na harmonia dos sinos e dos atabaques
Na vibração do batuque e no explodir do tambor
No ornamento dos santos , dos pajés e dos orixás
Teu folclore deslumbra nas histórias regionais
Ladaínhas, romarias, orações procissões
Tantas promessas, atos de fé candomblé
Oxalá! Ave! Salve!
         Saravá!
               Axé!
                     Tché!
                         Uai! 
 



            VIII - Realidade
Carniça exposta à liça e à cobiça
De aventureiros trapaceiros e chacais
A presença do bronco branco extrativista
Escravagista demolidor sem piedade sem dó
E a tristeza fica e se multiplica
Até que um dia hão de ouvir a voz:
Sai das amarras sai das garras dos porões!
Ficaste ao longo do tempo terras de Colônia
Para tornar-se aos nossos olhos Babilônia
Do sacrifício à glória do libertado negro
Da agressão à proteção ao silvícola legal
Brasil que cedeu o ouro dos seus pés
Aos parasitas em troca de ouropés

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